A mutação genética das Organizações Internacionais com António Vitorino
Assistimos a um reforço das tendências unilateralistas e isolacionistas de vários países e
blocos à escala internacional. Depois dos anos da globalização económica, em especial no
plano comercial, o enquistamento geopolítico desencadeado pela pandemia e pelos
conflitos na Ucrânia e na faixa de Gaza coloca novos desafios às organizações
internacionais. Desafios esses que, no limite, podem questionar a sua existência, confiança
e capacidade de intervenção. À medida que as necessidades humanitárias aumentam,
decresce a margem de doadores e as possibilidades de minorar o sofrimento das
populações mais vulneráveis. A emergência de novas condicionantes da vida internacional,
como as alterações climáticas, põem em evidência as deficiências das instituições
internacionais reféns de decisões tomadas por consenso dos Estados participantes. Um
multilateralismo 4.0, baseado na conjugação em articulação (networking) de organizações
intergovernamentais, não governamentais, associações representativas de interesses do
sector privado ou da sociedade civil, estruturado em diferentes níveis de intervenção e
responsabilidade de uma pluralidade de stakeholders. Será um caminho a explorar ou
apenas uma utopia destinada a esconder as falhar e insuficiências da comunidade
internacional?
Esta conferência é fruto de uma parceria entre a Fundação Santander Portugal e a Brotéria.
Local: Edifício dos Leões
Rua do Ouro, 88 Lisboa